Ora, bolhas!
Do G1:
Não é nada fácil a vida dos pesquisadores Robert MacPherson e David Srolovitz. Os dois passam boa parte do tempo de olho nos colarinhos espumantes dos copos de cerveja, mas sem poder entorná-los. Graças a esses esforços, MacPherson, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton, e Srolovitz, da Universidade Yeshiva (ambas nos Estados Unidos), chegaram a uma formulação matemática que explica como o colarinho da bebida se desfaz ao longo do tempo.
A dupla seguiu uma equação resolvida nos anos 1950 por John von Neumann, um dos pioneiros da computação. O trabalho dele se referia à formação e ao desaparecimento de estruturas em duas dimensões, mas agora os pesquisadores conseguiram transformá-lo numa ferramenta matemática que descreve estruturas tridimensionais -- justamente o caso das bolhas num colarinho de cerveja.
Em síntese, as bolhas de gás num colarinho de cerveja ou chope estão separadas por "fronteiras" de líquido, que se movem ao longo do tempo. As bolhas tendem a se fundir e a ficar mais grosseiras, até desaparecerem da bebida.
Os pesquisadores americanos descobriram que a taxa segundo a qual esse fenômeno acontece -- ou seja, a taxa de desaparecimento do colarinho -- não depende do número de bolhas, mas sim da largura de cada uma delas. A idéia é que, manipulando essa propriedade, seria possível controlar a duração e o tipo do colarinho nas bebidas.
A pesquisa etílica está na edição desta semana da revista científica "Nature".
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